segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Play Ground


Com um simples gesto facilmente se faz a felicidade de uma criança! Crianças estas que caminham 10 quilômetros – aproximadamente – para irem a escola, sem esquecer do retorno a suas casas, mais 10 quilômetros. Quando chegam a suas casas, somente o convencional, um prato de arroz com feijão, ou chima (feita com farinha de milho, um prato típico) com algum molho, as vezes molho de peixe ou frango, mas também pode ser alguns vegetais.

Estas crianças que lutam dia após dia para terem algum estudo e serem alguém na vida. Muitas delas provavelmente não sabem o que farão de suas vidas, pode ser bem provável que nem sabem quantas oportunidades existem a ser seguidas, como fazer uma universidade, conseguir um bom emprego, fazer algo diferente que de costume os outros que vivem neste local fizeram, ou fazem.

Visando zelar pelo direito da criança, no qual todas possuem o direito de brincar, principalmente após uma grande jornada de estudos, com horas de caminhada para ser mais preciso, estas crianças devem encontrar em algum local a segurança e a oportunidade de brincarem e se distraírem um pouco…

Foi feito com outros dois brasileiros, Anna Vespasiano e Felipe Gomes (outros voluntários que estavam aqui também), um Play Ground para estas crianças aqui desta vila, Nwachicoluane, para que elas pudessem encontrar um momento de lazer, e até mesmo para utilizarem deste tempo para encontrarem outras crianças no mesmo local e fazerem novas amizades.


Trata-se de um gesto simples, contudo, algo que felicitou muitas crianças, mesmo até outros moradores da vila, pessoas bem tradicionais, mas que se abrem para a contemporaneidade do mundo, e que ficaram bem agradecidos por estarmos fazendo algo pelas crianças da comunidade.

Foram brinquedos feitos com madeira, mas que precisariam ser feitos com metal, para ter uma durabilidade maior. Estes brinquedos, alguns deles, já vieram a ter algumas danificações, mas a intenção é refazer alguns brinquedos, usando metal, para que possam durar mais, assim também, a intenção é dar uma nova face a este local organizado para as crianças, plantando algumas árvores e flores, para transformar este Play Ground em uma verdadeira praça para todos os moradores apreciarem.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Inocência




Quando vista em formas singelas de ações puras e simples de uma criança, exemplificando, é bem gratificante. Um sorriso, um gesto, um movimento, tudo que possa mostrar um ato inocente por parte de uma pessoa, a maneira de falar, as palavras colocadas em uma sentença …

Em Moçambique, como em qualquer parte do mundo, encontramos inocência em pessoas, e em crianças, principalmente, entretanto, esta inocência é ocultada por gestos que adquiriram em fazer, apenas por terem uma má ideia, ou uma má informação…

Quando caminha-se pelas ruas em Moçambique (não generalizando, digo isto as cidades mais turísticas e maiores), logo encontra-se muitas crianças, e logo que vêm um Mulungo (Branco – na língua local Changana), colocam-se a pedir. Sim, mendigar, apenas por saberem, ou terem adquirido uma ideia de que “Mulungo” possui muito dinheiro, e eles estão na África para dar dinheiro para os Negros.

São conceitos formados não por estas crianças, mas pelos pais destas, é formado pelo meio onde elas vivem, pela sociedade moçambicana. Estas crianças não deixam de ser inocentes por cometerem um ato de tão grande discriminação racial. Digo discriminação racial pelo fato de não mendigarem a nenhum negro que na rua esteja a andar, mas no momento em que é visto o “Mulungo”, logo vêm tentar ganhar algo destas “criaturas diferentes” que estão no espaço delas.

Pois como foi dito anteriormente, não generalizo estas ações em todo Moçambique, apesar de serem vistas inúmeras crianças fazendo isto, quando passamos para regiões com menor influência turística, ou com uma menor concentração de população, percebe-se uma grande mudança em relação a este comportamento. Pequenas cidades e vilarejos possuem uma aglomeração de crianças (como em todas as partes), mas aquelas com o verdadeiro espírito de criança, e que não obtiveram nenhuma informação anteriormente de como agir com o “Mulungo”. São naturais, obviamente não completamente, pois tratam-se de pessoas completamente diferente delas, mas são, de certa maneira, verdadeiras e inocentes em suas ações, apenas visando chamar a atenção, dizer um “Olá!”, ter um aceno, ou até mesmo alguém para com elas brincar!

Através destas “imagens” eu acredito ainda existir soluções para problemas relativamente inacabáveis. HOPE – Esperança, esta é a palavra que brilha em cada olhar destas crianças. É o pequeno grande futuro deste país, que desenvolverá durante anos, vindo da educação e conhecimentos maternos mais justos, e com menos preconceito perante eles mesmos.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Hey You




Hey you
Out there in the cold
Getting lonely, getting old
Can you feel me?

Hey you
Standing in the aisle
With itchy feet and fading smile
Can you feel me?

Hey you
Don't help them to bury the light
Don't give in, without a fight

Hey you
Out there on your own
Sitting naked by the phone
Would you touch me?

Hey you
With your ear against the wall
Waiting for someone to call out
Would you touch me?

Hey you
Would you help me to carry the stone?
Open your heart, I'm coming home

But it was only, fantasy
The wall was too high, as you can see
No matter how he tried, he could not break free
And the worms ate into his brain

Hey you
Out there on the road
Always doing what you're told
Can you help me?

Hey you
Out there beyond the wall
Breaking bottles in the hall
Can you help me?

Hey you
Don't tell me there's no hope at all
Together we stand, divided we fall




Pink Floyd
Composição: Roger Waters

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Pré – Conceito.



Quando se pergunta para alguma pessoa, você é preconceituosa? Logo ouve-se um não como resposta. Mas no mundo em que vivemos, completamente dominado pelas vias de informações, havendo uma imensa manipulação em noticiários e imagens de todo o mundo, eu acredito que todos nós somos pré-conceituosos.

Sim, estou falando de conceitos Pré formados, no qual deduz-se como obvio uma certa coisa, ou acredita-se no que é dito e escrito, fazendo uma grande imagem a respeito de algo, muitas vezes falsa, deturpando a real imagem, o real simbolismo, o verdadeiro carácter estimado por tal.

Isto é o que eu encontrei aqui em Moçambique. Uma imagem completamente diferente de “África” da qual é encontrada nos noticiários e reportagens, que dizem e mostram apenas grandes misérias encontradas neste continente. Fome, Sede, Doenças, Falta de Saneamento, pessoas morrendo por toda a parte, pessoas sem instrução. Isto é o dito na grande parte da Mídia internacional, isto é o que muitas pessoas acreditam, pessoas estas, que como grande percentagem mundial, não possuem oportunidades para vivenciar e ver de perto a real situação do que é dito pelas vias de informação!

Diferentemente do que ouvimos ser dito, quando estamos aqui, pode-se ver que há saneamento, há comida, há água, há pessoas instruídas dispostas a trabalhar e há doenças (mas para tudo existe sua maneira de ser evitada). Com grande certeza digo que existe, mas não é algo concedido a todos. Refiro-me a grandes cidades (sim, eles possuem grandes cidades), como Maputo, no qual podemos encontrar saneamento básico, serviços de coleta de lixo, ou seja, de certa maneira serviços que algumas pessoas nunca pensaram em encontrar em África, pois é isto que é dito por inúmeras pessoas (apenas latrinas no meio do mato sem condições alguma de uma vida um pouco humana – digo, não o fato de terem apenas latrina significa não ter uma vida humana), no qual fazem com que estas imaginem África como o pior lugar para se viver em todo o Mundo.

Meu primeiro contato aqui em Moçambique foi em Maputo, e infelizmente ou felizmente, não me senti em África. Por todas estas razões, onde encontramos grandes movimentações de carros (carros de luxo até), pessoas trabalhando e se esforçando para ganharem o “pão de cada dia”, prédios e construções que mostram o desenvolvimento chegando a cidade, enfim, tive uma outra imagem da África – ao menos desta parte da África, no qual havia se formado durante anos estudando, lendo e ouvindo inúmeras coisas serem ditas a respeito da África. Tive a conclusão que aparentemente eles não sabem de tudo que existe, ou tudo que dizem sobre África, ou aparentemente, eles tentam esquecer tudo e tentar viver a vida dia após dia, pois sabem que a vida não para, e a “luta” deve continuar.

Na verdade, não tive grandes conclusões a respeito disto ainda, pois tudo aqui parece ser diferente, parece ser uma grande Universidade, na qual você aprofunda-se em conteúdos estudados no Ensino Médio e descobre fatos completamente diferentes do estudado anteriormente, talvez esta seja a grande Universidade da Vida, e eu tenha apenas que entender isto!

O Pré – Conceito também existe por parte deles, brevemente falando, quando digo que sou do Brasil, logo escuto: “Muito violento aquele país!”. Acreditam que no Brasil 90% é criminalidade. Mas sabem por que eles pensam assim? Os telejornais brasileiros que são transmitidos aqui mostram apenas isto, violência, morte, assalto, trânsito, acidentes, enfim, apenas os lamentáveis fatos ocorrido em nosso país. Mas este pode ser um outro assunto a ser discutido!