sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Inocência




Quando vista em formas singelas de ações puras e simples de uma criança, exemplificando, é bem gratificante. Um sorriso, um gesto, um movimento, tudo que possa mostrar um ato inocente por parte de uma pessoa, a maneira de falar, as palavras colocadas em uma sentença …

Em Moçambique, como em qualquer parte do mundo, encontramos inocência em pessoas, e em crianças, principalmente, entretanto, esta inocência é ocultada por gestos que adquiriram em fazer, apenas por terem uma má ideia, ou uma má informação…

Quando caminha-se pelas ruas em Moçambique (não generalizando, digo isto as cidades mais turísticas e maiores), logo encontra-se muitas crianças, e logo que vêm um Mulungo (Branco – na língua local Changana), colocam-se a pedir. Sim, mendigar, apenas por saberem, ou terem adquirido uma ideia de que “Mulungo” possui muito dinheiro, e eles estão na África para dar dinheiro para os Negros.

São conceitos formados não por estas crianças, mas pelos pais destas, é formado pelo meio onde elas vivem, pela sociedade moçambicana. Estas crianças não deixam de ser inocentes por cometerem um ato de tão grande discriminação racial. Digo discriminação racial pelo fato de não mendigarem a nenhum negro que na rua esteja a andar, mas no momento em que é visto o “Mulungo”, logo vêm tentar ganhar algo destas “criaturas diferentes” que estão no espaço delas.

Pois como foi dito anteriormente, não generalizo estas ações em todo Moçambique, apesar de serem vistas inúmeras crianças fazendo isto, quando passamos para regiões com menor influência turística, ou com uma menor concentração de população, percebe-se uma grande mudança em relação a este comportamento. Pequenas cidades e vilarejos possuem uma aglomeração de crianças (como em todas as partes), mas aquelas com o verdadeiro espírito de criança, e que não obtiveram nenhuma informação anteriormente de como agir com o “Mulungo”. São naturais, obviamente não completamente, pois tratam-se de pessoas completamente diferente delas, mas são, de certa maneira, verdadeiras e inocentes em suas ações, apenas visando chamar a atenção, dizer um “Olá!”, ter um aceno, ou até mesmo alguém para com elas brincar!

Através destas “imagens” eu acredito ainda existir soluções para problemas relativamente inacabáveis. HOPE – Esperança, esta é a palavra que brilha em cada olhar destas crianças. É o pequeno grande futuro deste país, que desenvolverá durante anos, vindo da educação e conhecimentos maternos mais justos, e com menos preconceito perante eles mesmos.

Um comentário:

  1. O blog está lindo,que orgulho.E que orgulho do trabalho que você está fazendo.
    Fico triste pelas crianças pensarem assim,aliás um pensamento que não é delas.Espero que a inocência delas consiga ser,de alguma forma,resgatada.
    Beijos!!!

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