terça-feira, 29 de março de 2011

Ofício: Mamá


Com toda graciosidade, as Mamás moçambicanas tomam conta dos afazeres do dia a dia, trabalhando com responsabilidade e carisma. São estas as verdadeiras “pais de família”, que sempre carregam o fardo de organizar e, por muitas das vezes, “sustentar” a sua família.

Sempre se despertam junto ao sol, que amanhece bem cedo – normalmente às 5 da manhã, e logo começam com a rotina dos trabalhos realizados diariamente pelas mãos calejadas e fortes destas mulheres batalhadoras, de braços fortes, porém, afeições suaves.

Fazem os trabalhos das “machambas” (plantações, hortas), plantam, cuidam, regam, colhem, e em seguida, fazem as vendas das hortaliças cultivadas em seus pequenos pedaços de terra, em um trabalho árduo diário. Além disto, são estas Mamás que cuidam de suas moradias e das crianças, efetivas donas de casa com inúmeras atividades realizadas diariamente.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Ação Conjunta


Durante o período da “Matinal”, no qual os estudantes começam trabalhos rotineiros (limpeza, organização …) a partir da 5 da manhã, recebo ajuda de alguns estudantes, que preparam as covas para o plantio de árvores que iremos fazer.

Um trabalho que com o envolvimento de outras pessoas possui maiores resultados, aprendizado e conscientização. Desta maneira, será possível por parte destes futuros professores, ensinarem e motivarem crianças (futuros alunos) a mudarem seus hábitos e serem mais responsáveis para com o meio ambiente.


“Um sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”

sábado, 12 de março de 2011

Mudas para o Plantio


Como a realidade mundial, Moçambique não encara diferente situação, e depara-se com grande demanda para o plantio de árvores. Certamente, aqui é encontrado uma grande quantidade de árvores nativas em todo o território, muitas reservas e parques, porém, a todo momento árvores são derrubadas e muitas áreas devastadas.

Entretanto, para suprir esta demanda mundial, e valorizar questões ambientais, inicia-se um projeto que acarretará no plantio de árvores, neste caso frutíferas, na escola, na vila e nas regiões próxima. Árvores frutíferas, pelo fato destas fornecerem um benefício a mais, não apenas sombra e lenha como estão acostumados. Algumas mudas já foram adquiridas, mas neste período de Março até Maio, serão feitas outras mudas e ampliada o número de árvores a serem plantadas.

Árvores do tipo cajueiro, laranjeira, tangerineira, mangueira e outros serão plantadas e preparadas para o plantio até o dia 20 de Maio, seguindo a data de plantio mundial de uma Organização Finlandesa, ENO – Environment Online, (ENO Brasil) que objetiva atingir uma quantidade de 100 milhões de árvores plantadas em todo o mundo, com o apoio de escolas que se integram a ela com o mesmo objetivo, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Voar sem asas…


Somente com este magnífico objeto, o livro, você pode fazer tal façanha. Estes são livros para a biblioteca da EPF (Escola de Professores do Futuro) – Gaza, que contribuem, e contribuirão ainda mais no aprendizado destes alunos, que futuramente, terão a oportunidade de repassar todo o conhecimento adquirido durante toda uma vida de experiências, e por meio de materiais que os garantem contato com o mundo.

Após eu conhecer os responsáveis pela Livraria Escolar Editora em Maputo - Moçambique, que são dois Brasileiros, eu mantive contato com estas admiráveis pessoas, que prezaram e mostraram todo o respeito pelo trabalho que é realizado por nós em Moçambique.

Em sinal de consideração e apoio ao nosso trabalho, fizeram uma importante doação para nossos futuros professores, aos 19 dias do mês de Fevereiro do ano de 2011, dando a oportunidade de enriquecer a biblioteca da EPF – Gaza, e auxiliando na recepção do conteúdo pelos estudantes e dando asas à imaginação destes estudantes.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Yes Boss!


Esta é uma expressão bastante utilizada por alguns aqui em Moçambique. Algumas vezes isto causa alguns constrangimentos, e com eles, um sentimento de indignação.

Usam esta expressão, ou outras singularidades, manifestando estar às ordens e pronto para servir no que for necessário. O grande problema é para quem normalmente direcionam estas expressões, para os “Mulungos” (Pessoas Brancas).

Neste ato percebe-se um imenso sentimento de inferioridade por parte destas pessoas, no qual se colocam a disposição de um “branco” a qualquer momento, para realizar qualquer ação! Isto é possível de se ver quando anda-se pelos mercados ou ruas de algumas cidades maiores.

Uma submissão iniciada a séculos atrás, durante a colonização e atividades como venda de escravos. Um povo “criado a chibatadas”, porém, encontram-se atualmente livres para terem suas próprias escolhas e opiniões, entretanto, não conseguem, ou melhor, ainda não entendem que o desenvolvimento depende apenas deles, indistintamente da cor da pele, assim, caminham acreditando que os “Mulungos” serão os responsáveis pelo desenvolvimento deste país, talvez “Ex-Colonizadores” (que encontram-se em grande escala no território moçambicano), ou pode ser também Sul-africanos …

Bem, cada pessoa possui sua convicção, e esta é o de alguns, apesar de se fazerem de dependentes e se submeterem a algumas explorações por um trabalho (sem generalizar), eles ganham a vida desta maneira, a trabalhar para os “Mulungos”, mesmo que seja na própria África do Sul, sendo explorados nas duras jornadas de trabalho nas Minas. (Sem generalizações, existem muitos que conseguem desenvolver seu próprio trabalho, “Machamba”, Comércio…)

Por meio de uma sociedade mais jovem, percebe-se deferentes maneiras de se ver o futuro, e encontra-se em muitos a capacitação para mudanças. Pessoas estas que estudam e possuem discernimento necessário que lhes darão a oportunidade de fazer algo diferente, não apenas ser submisso a ações já vividas à séculos atrás, e que encontra-se na realidade, mesmo após alguns anos de independência.

Isto deve ser mudado, mas são atitudes que devem ser tomadas pela própria sociedade, como vem a acontecer, porém, são ações que levam tempo para notar-se algum resultado. Em um futuro não muito distante, com toda esta juventude capacitada para tal, as peças no tabuleiro começarão a mudar de posição, e será visto então o verdadeiro povo moçambicano e sua capacidade para criar e mudar.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Fotos...


Trata-se de una arte, a arte da transformação! A qual transforma pequenos momentos em grandes momentos, em momentos que serão lembrados por muitos ou talvez poucos, momentos tristes, que preferencialmente esquecemos, enfim, esta é a arte de capturar uma imagem, mas não apenas capturar, mas também transformar o perfeito momento entre o real e o irreal, trazer a realidade de momentos não imagináveis anteriormente, aproveitando as oportunidades que a natureza nos oferece quando a fotografamos.

Momentos que talvez fiquem gravados na memória das pessoas, talvez um mês, talvez menos, ou quem sabe uma eterna memória de um momento capturado. Momentos como este são fascinantes para quem consegue capturar uma imagem, para quem consegue ver em uma imagem a importância e o peso de toda uma história de grandes fragilidades e lutas, mas com vitórias alcançadas em uma batalha diária pela vida.

Brincar de fotografar, isto é o que eu costumo fazer. Sei que isto é uma profissão para muitos, e que estes conseguem capturar importantes momentos, perfeitas imagens. Eu, apenas brinco, pelos prazeres adquiridos ao se capturar uma boa imagem. As vezes um sorriso, uma posição, uma situação, enfim, algo que possa marcar um momento.

Gosto de tirar fotografias do que nos rodeia aos montes, a natureza! Sempre tento ser oportunista e capturar algumas imagens e momentos dados por ela. Um por do sol, uma flor e suas cores, a água. No mais, prefiro montar situações, utilizando estes recursos naturais, e mixando estes a outros, como a pessoas por exemplo. Tiro fotos branco e pretas, para mim isto é uma maneira de ver além das cores, vemos a alegria mas a tristeza ao mesmo tempo, vemos o contemporâneo e o arcaico, vemos algo a ser marcado de uma diferente maneira, talvez um momento capturado para ficar na memória, como antigas fotografias branco e pretas (que eram naturalmente desta maneira).

Fotografar é uma arte, e cada pessoa faz a sua, cada pessoa consegue encontrar uma resposta distinta em diversos tipos de artes, e esta não é diferente, também possui respostas e seus significados, de acordo com cada momento capturado e visualizado.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Homem do Campo


Com toda sua simplicidade e humildade, realiza um importante trabalho, talvez, pode ser dito que se trata do trabalho mais importante, principalmente por se referir a um país que se vê em meio a dificuldades alimentares.

Toda a experiência que o Homem do Campo adquiriu durante uma vida inteira trabalhando na “Machamba” (Língua local Changana – significado: qualquer tipo de plantação e hortas), passa-se de pais para filho, de uma maneira que mantenham-se tradições de plantios e manejos de cultivos.

De certa maneira, apesar de todos os conhecimentos já adquiridos durante anos por toda uma família, e muitas práticas, percebe-se que é possível desenvolver algumas técnicas, e fazer com que estas tenham um funcionamento positivo para o cultivo, porém, como trata-se de uma maneira de cultivo vindo de décadas, percebe-se um pequeno receio no momento de desenvolver diferentes maneiras no trabalho, entretanto, sempre há pessoas dispostas a aprender e desenvolver novas técnicas, permitindo assim, a introdução de maneiras mais saudáveis para o meio ambiente e até mesmo o desenvolvimento ou melhoramento de técnicas que já possuem por meio de alguns conhecimentos práticos.

Crianças que apenas aprenderam a andar, logo encontram um brinquedo para se apoiarem, uma enxada! Isto é bem comum em pequenas comunidades, onde a agricultura familiar é a renda adquirida por estes. Crianças já brincam e aprendem como manusear uma enxada, e logo quando estiverem um pouco maiores, se deparam trabalhando no campo. A agricultura familiar depende desta mão-de-obra, e o comércio depende desta agricultura familiar, pois são estes que dão o funcionamento para o mercado de vegetais e frutas, garantindo assim a comida de muitas pessoas. Grandes agricultores produzem em grande escala, mas nem sempre vegetais, na maioria das vezes arroz, milho, produtos que são vendidos facilmente para empresas responsáveis por repassar este alimento.

Embora muitas crianças comecem a trabalhar prematuramente nas “Machambas”, é encontrada também interesse destes pais em garantir os estudos das crianças, e muitas delas frequentam a escola, pelo menos durante o ensino básico. O que deveria ser melhor implementado a estas pessoas, é uma maneira para ser mostrada a estas crianças que a vida não se resume em trabalhar na “Machamba”, que podem ser feitas outras atividades que lhe darão um futuro diferente, talvez melhor, talvez não, tudo depende de esforços.

Apesar de ser visto o lado das crianças, não pode-se esquecer de analisar a importância do Homem do Campo, e sua atividade com a agricultura familiar, trabalho digno, que garante emprego para alguns, comida para muitos e felicidades para todos. Homem do Campo, pai de família, humilde pessoa, trabalhador e merecedor de respeito por todos esforços feitos.